“A Hepatite não pode esperar” – Dia Mundial das Hepatites assinala-se a 28 de julho

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APEF apela à população para fazer o rastreio das Hepatites Virais

No âmbito do Dia Mundial das Hepatites, que se assinala a 28 de julho, a Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF) está a promover uma campanha nacional de sensibilização, sob o mote “A Hepatite não pode esperar”. A iniciativa decorre nos media e nas redes sociais da associação e tem como objetivo alertar para a importância do diagnóstico precoce, para a prevenção da transmissão e para o acesso ao tratamento eficaz das Hepatites Virais.

A Hepatite é uma inflamação do fígado que pode ter várias causas, sendo os vírus das Hepatites A, B, C, D e E os mais comuns. Entre estes, os vírus B e C são os que representam maior risco para a saúde pública, devido às suas potenciais complicações a médio e longo prazo. O fígado, sendo um órgão vital, pode ver comprometida a sua função em caso de inflamação ou lesão, o que pode originar doenças graves como cirrose hepática ou cancro do fígado.

Segundo Paula Peixe, presidente da APEF, as Hepatites Virais continuam a ser um grave problema de saúde pública em Portugal, afetando mais de 50 mil pessoas, muitas das quais ainda sem diagnóstico. Como os sintomas raramente se manifestam numa fase inicial, o rastreio torna-se essencial para a deteção precoce, tratamento eficaz e prevenção de novas infeções.

Importa reforçar que a Hepatite é evitável, tratável e, no caso da Hepatite C, curável.

As Hepatites B e C afetam, globalmente, cerca de 350 milhões de pessoas e provocam 1,4 milhões de mortes por ano. O diagnóstico é geralmente feito através de análises ao fígado ou na presença de factores de risco, como transfusões de sangue anteriores a 1992, sexo sem proteção, ou partilha de seringas ou objetos cortantes. No entanto, muitos dos casos por diagnosticar ocorrem em pessoas que não apresentam quaisquer fatores de risco identificáveis.

Por isso, todos os adultos deviam fazer o rastreio pelo menos uma vez na vida, mesmo que nunca tenham tido comportamentos de risco. A infeção pode acontecer sem se dar conta. Não se discrimine a si mesmo, nem se sinta discriminado. Faça o teste.

A presidente da APEF sublinha ainda que a taxa de cura da Hepatite C ultrapassa os 97 por cento, e que a Hepatite B, embora não curável, é tratável com sucesso. Se não forem tratadas, estas infeções podem evoluir para doenças graves. Lembre-se: a cada 30 segundos, uma pessoa morre no mundo devido a doenças relacionadas com as Hepatites. Os tratamentos são simples, rápidos e gratuitos para o utente.

Em Portugal, a vacinação contra a Hepatite B está incluída no Programa Nacional de Vacinação desde 1995, o que tem permitido uma redução significativa dos casos. Para a Hepatite C ainda não existe vacina, sendo fundamental adotar comportamentos seguros, como o uso de preservativo e a não partilha de agulhas ou objetos cortantes.

Identificar a infeção e iniciar o tratamento é uma forma de proteger-se a si e aos outros contra formas mais graves da doença.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu como meta eliminar a hepatite viral como ameaça à saúde pública até 2030. Esteja atento, fale com o seu médico, faça o diagnóstico e, se necessário, inicie o tratamento sem demora.