ONU alerta para cinco principais focos da fome no mundo

Haiti, Territórios Palestinianos, Sudão, Sudão do Sul e Mali são atualmente os cinco maiores focos da fome no mundo, segundo um relatório divulgado esta segunda-feira por agências das Nações Unidas.

O documento, publicado pelo Programa Alimentar Mundial (PAM) e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), destaca que milhares de pessoas enfrentam risco iminente de fome extrema e morte, caso não seja garantida uma resposta humanitária urgente e coordenada pela comunidade internacional.

Conflitos, choques económicos e desastres naturais

As populações destes países vivem sob níveis catastróficos de insegurança alimentar aguda, provocados por uma combinação de conflitos armados persistentes, crises económicas e desastres naturais. A situação agrava-se ainda mais devido às restrições de acesso à ajuda humanitária e ao corte de financiamentos internacionais.

  • No Sudão, a fome foi oficialmente confirmada em 2024, afetando gravemente as regiões do Grande Cordofão e de Darfur.
  • Na Faixa de Gaza, a probabilidade de fome extrema cresce, devido à continuação das operações militares, que impedem a distribuição de ajuda vital.
  • No Sudão do Sul, estima-se que 7,7 milhões de pessoas – mais de metade da população – enfrentem insegurança alimentar severa.
  • No Haiti, a violência das gangues e a insegurança generalizada já deslocaram milhares de pessoas, com mais de 8.400 deslocados internos a enfrentar fome extrema em Porto Príncipe.
  • No Mali, os altos preços dos cereais e os conflitos armados colocam 2.600 pessoas em risco de insegurança alimentar catastrófica até agosto de 2025.

Situação pode piorar em 13 países

Além destes cinco focos prioritários, o relatório identifica mais oito países e territórios sob elevado risco de deterioração alimentar: Iémen, República Democrática do Congo, Mianmar, Nigéria, Burkina Faso, Chade, Somália e Síria.

Este relatório semestral de alerta precoce é uma análise preditiva das crises alimentares esperadas nos próximos cinco meses e conta com o apoio financeiro da União Europeia.