A Direção-Geral da Saúde (DGS) informou que, entre 1 de janeiro e 31 de maio de 2025, foram notificados 504 casos confirmados de hepatite A em Portugal, dos quais 122 estão associados à transmissão por contacto sexual.
Estes casos registaram-se sobretudo entre indivíduos do sexo masculino, com idades entre os 18 e os 44 anos, concentrando-se nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e na Área Metropolitana do Porto.
Além disso, foi identificado um segundo surto nas regiões do Algarve, Alentejo e novamente em Lisboa e Vale do Tejo, desta vez associado a condições precárias de salubridade, afetando particularmente crianças.
A DGS alerta que esta situação reflete um aumento da transmissão do vírus da hepatite A no país, em linha com a tendência observada noutros países europeus, segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC).
A hepatite A é uma infeção aguda do fígado, normalmente ligeira em crianças pequenas, mas que, em adultos, pode apresentar sintomas como febre, mal-estar, dores abdominais e icterícia (pele e olhos amarelados). Não evolui para forma crónica e a infeção confere imunidade vitalícia.
Perante o aumento de casos, a rede nacional de autoridades de saúde está a acompanhar a situação de forma permanente, com medidas como rastreio de contactos, vacinação pré-exposição de grupos de risco e ações de educação para a saúde.
A vacinação pré-exposição é fortemente recomendada para:
- Pessoas que viajam para zonas endémicas ou com surtos ativos;
- Pessoas com práticas sexuais que impliquem risco acrescido;
- Indivíduos com doenças crónicas que possam agravar a infeção.
Também existe vacinação pós-exposição, dirigida a contactos próximos de casos confirmados, de acordo com critérios definidos pelas autoridades de saúde.
Em articulação com organizações da sociedade civil e serviços de saúde sexual, a DGS tem vindo a promover campanhas de informação e sensibilização, através de plataformas digitais e aplicações móveis, alertando para comportamentos de risco e incentivando a vacinação preventiva.
A DGS apela à população para que esteja atenta aos sintomas e procure cuidados de saúde sempre que necessário.